No tratamento cirúrgico da endometriose, além da cirurgia convencional (aberta) e laparoscópica, existe a possibilidade de uso da tecnologia robótica que, na Bahia, está disponível há cerca de um ano e meio, com demanda crescente, devido a seus benefícios agregados. Um dos diferenciais desse tipo de tratamento é a atuação de equipes multidisciplinares, já que a doença afeta diferentes sistemas do corpo humano. A troca de conhecimento e experiência entre especialidades aumenta a chance de remoção total do tecido afetado, sem prejudicar o funcionamento normal dos órgãos acometidos.
Segundo o coordenador do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR), Nilo Jorge Leão, “o adequado diagnóstico da endometriose carece de profissionais bem preparados. A partir da confirmação da doença, é importante que ela seja tratada de modo multidisciplinar por uma equipe experiente, a fim de receber um tratamento integral completo”, afirmou. Neste contexto, o tratamento da endometriose requer a atuação de diferentes especialistas antes mesmo da cirurgia. “Tudo começa com a avaliação precisa de um ginecologista que solicita exames para fechar o diagnóstico como ultrassom e ressonância magnética. Depois, a paciente passa pela avaliação do coloproctologista e do urologista. Atuando juntos, esses profissionais ampliam a segurança e a chance de sucesso do tratamento”, resumiu o cirurgião urologista. A equipe do IBCR é formada pelo ginecologista Marcos Travessa, o coloproctologista Ramon Mendes, o oncologista André Bouzas e os urologistas Nilo Jorge Leão e Leonardo Calazans.
Associar a experiência de profissionais de diferentes áreas aos benefícios da Cirurgia Robótica – tais como a visão tridimensional ampliada em 10 vezes, melhores ergonomia e precisão dos movimentos dos cirurgiões, redução dos sangramentos, menos dor no pós-operatório e menor tempo de retorno da paciente para casa – aumenta a chance de sucesso do tratamento da endometriose. Por esta razão, cada vez mais baianas estão optando por esta modalidade cirúrgica. Em um recente balanço dos procedimentos realizados apenas pelos cinco médicos que integram o IBCR, chegou-se a um total de 214 cirurgias realizadas com o auxílio do robô desde que ele chegou aos Hospitais São Rafael e Santa Izabel. Embora a maior parte desses procedimentos (um total de 155) tenham sido coordenados pela urologia, especialidade que mais utiliza o sistema robótico em todo o mundo, o uso da tecnologia por ginecologistas e outras especialidades cresce a cada dia.